sábado, 3 de janeiro de 2015

PARTICULARIDADES... 




Quão míseras e escassas são as palavras que rezam as memórias de cada história;quão enlevo e vago é o ensinamento que a existência da vida encerra;quão fina e sentida é a presença nos veios que ardem o cerne do meu ser!




MIL GOTAS D´ALMA… 






Vasto! Magno! mar em meu peito paira,
Cinzelando. Puros topázios em chama, 
Ardente. Ímpia maré, soltando. Rara…
Joia azulando tão fina dor. Fama!

Ah! espirito iluminado, triste, pobre!
- Que inquieto! Astuto, devora, ama;
Fadário à sorte ansiada, nobre; 
No delicado céu, devoto, flama!

Mutismos prateados, bem de mansinho,
Correndo, correndo... devagarinho,
Silenciando os veios da noite. Calma!...

Sons de harpa tocada, levemente,
Fazem cair sem piedade, vivamente,
Carpidos a luares. Mil gotas d´alma!...






RUBROS ROSEIRAIS…






Rubros roseirais em meu pobre peito!…
Pendendo... mil rosas coradas, loucas…
Seus perfumes exalados alto! feito…
Mar de fogo, abrasando. Doidas bocas!...

- Quão frágil e bela, sois! Flor Amada!...
Eterna cor que esvai a noite calma...
Tão forte!... Em silêncio, devotada,
Ajoelha e reza aos pés da Minh ´alma!…

Riachos de luz vazando, claramente…
Serenos lagos floridos da mente,
Acendem a noite… encerram o dia...

Dos Céus, esclarecida a luz do Homem,
Enquanto todos os astros dormem,
Rasga a Estrela que cai de Poesia!...


NÉCTAR DE FLOR AO VENTO...




NÉCTAR DE FLOR AO VENTO...


Neblinas carpem 
árduos silêncios...
Lágrimas sangram
meu mar
de sentidos...  
Pétalas cristalinas
jazem em flor 
caídas na Minh´alma
de amor.

Um dia não falarei de silêncios
 nem sobejarão palavras, 
apenas néctar de flor ao vento...

ASTROS D´OIRO…






Astros d´oiro acendem. Raios nos céus…

Abertos aos sois, transladados corpos!...

Engenhos mil clarejando… mil breus,

Minha ´alma fogueada, claros adornos!...

 

Ah! engenho d´arte, santa! impérios

De luzeiros inteiros! fulgurantes!...

Em pântanos d´azul correndo. Egrégios!...

Que se elevam no alto… verdejante.

 

Majestade imperando. Nobres castelos…

Castas de puras joias e véus. D´elos,

Presos ao prateado anel de Saturno!...

 

Ávidas almas, brotando. Doçura...

Pérolas d´amor - gotas de ternura…

Jubiladas neste mundo. Soturno!...

 

RIOS D´AZUL SUSPENSO…





Dispersos, bem longe, do horizonte,
Lá, onde luares d´oiro correm intenso…
Eternos bálsamos vazam da fonte,
Prateada de mar - rios d´azul, suspenso…

Ampla, vaga, solta nos raios de um céu...
Minh ´alma absorvida - ora - vive rara,
Entorpecida, ala nas asas do véu…
Que sobre meu corpo, inerte, tombara…

Ah, sátira que no infinito aclamas,
Meu ser! enfim, tuas safiras são chamas
Cravando meu peito - tiaras ateadas!... 

Teus laivos vertidos são prantos... tais...
Com engenho, brotando. Mil bonsais…
Nas pétalas do olhar de musas amadas!...



NOITES SUBMERSAS...



Noites submersas...
Imploram-me de silêncio,
Profundo…
Reflexos da alma,
Espelho do ser...
Refletido na penumbra…
Voluteiam o que sou...
Sou miragem?!...
Uma breve passagem...
Suave brisa num jardim…
Sou sopro destro…
Em franco sequestro…
Num puro e raro…
Esvaio em mim!

TÁLAMO DE VERSOS RAROS…




Arde, indelevelmente, em meu peito…
Um forte tálamo de versos raros!
Um doce ardor! Amor versando feito…
Magos! minh ‘alma em nevados aparos!

Ó, meu amor! fulcro do meu poema!...
Ergo d´oiro… reino de castros,
Mil. Rubor de eflúvios… alfazema,
Na tez iluminada. A luz dos astros!...

Levas de meu ser… em supremo céu,
Inda que densas as neblinas em breu…
Que se abrem para mim, tão docemente…

Ó, meu amor! pétala de íris!… meu olhar!...
Flor púrpura extasiada… de mar,
Brotando meu fundo, serenamente!...

VASTEZA VÃ ESCORRENDO…







VASTEZA VÃ ESCORRENDO…



Vasteza vã escorrendo… ó pobres!...
Rosais de flores rubras, tristemente…
Às minhas mãos, desabrochando! Nobres…
Olhares de belas seivas, dolentes!...

Há muito pelos meus dedos, tombando...
Finas pétalas de sangue, preciosas...
Jazem sobre o meu peito em bando;
Por hortos noturnos, choram as rosas…

Vil vastidão ora, pra sempre, deixais?!
Socalcos profundos, repletos ais;
Exaltadas, em mim, odes gigantes!...

Os meus olhos tristes e cansados,
Fulgidos de raros brilhos e fados,
Enxergam a nobreza de diamantes...









ALMA LIBERTA...






Alma liberta,
Leveza profunda...
Legado dos céus …
Peito nu,
Sentido saciado…
Quem és?
Pele diáfana…
Minha veste?!
Vergel puro! 
Brotando ao vento…
Acervos d ´oiro…
Meu anseio?!
Ardendo em fogo…
Dor siderada…
Meu espírito!...
Rútilo invocando,
Cório em flor!...
Minh ´alma… 
Absorta d´amor!...




ALJÔFARES DO MEU OLHAR JORRANDO...





Aljôfares do meu olhar jorrando...
Ó tristes pérolas perdendo a calma!…
Gota a gota, mil rubis pingando... 
O doce brilho estarrecido - a Alma!…

Entes jubilados... luares e véus... 
Vertendo!... Débeis bocas de cetim!...
Sons de flauta... mil anjos, enfim…
Descei!... ó mundo!... tocai os Céus!…

Luzeiro etéreo vasto cosmo vaza…
Meu espírito esvaído, alado à asa,
Sobrevoará alto feito condor!...

Vivo e eterno como bola de cristal,
Brilhará no seio da verdade, tal…
Embora que seja tão fina a dor!...



LLUAR DAS NOITES DE MIM...

 DE MIM.




Luar das noites de mim...


Neste bálsamo que me invade a alma,
Jorrando de eflúvio todo o meu ser
Há uma chama que me ateia a calma,
Num canto que perfaz meu acontecer.

Um canto de coradas flores plantadas
Nos acesos acervos do meu jardim,
De sémen de margaridas germinadas
No amor que derramou em mim.

Um autêntico oceano de sentir
Alastra-se pela minha alma a fulgir,
De pétalas de sol e chuva abrasada:

Manto de meu pranto, meu querer
Consumido na benquerença do viver,
Luar das noites de mim acordada!














MIN´ALMA CHORA…

Suave e leve assim como um passarinho…
Cai perfeita Flor sobre o meu regaço!
Dos hortos, lá dos Céus, veio de mansinho…
Pra vestir de seda forte cansaço;
Tão linda e perfumada: - Ei-la! Rosa...
Encantada! Do Reino de Além-Dor…
Tombando por mil versos, mui formosa!
Preclaras e doces odes d´Amor…
Mil sonetos de Sol ao cair do dia!...
Flagram do astro mil gotas de poesia:
Vivo canto! Em pobres e lassas letras! Ora,
Entregue ao vento!... Ó nobre coração!...
Falando ao triste fado a razão…
Libertada na Minh ´alma que chora!…



SÊ POR INTEIRO...

                                                                                                                                            ...