sábado, 10 de janeiro de 2015

LAMPEJOS DE LUAR




LAMPEJOS DE LUAR


Despeço-me do ano
Entre lampejos de luar
Espelhados em meu olhar
Afogueado d´azul...
Meu espírito lúcido?!
Dissipando o prelúdio,
No mar ofegante!...
Seu verdadeiro fôlego!…
Elevado no mundo,
Ávido, profundo,
Feito eterno petiz...
Que expande feliz
Do seio fecundo,
Pedindo aos Céus
De ora em diante:
Mil chuvas de bênçãos;
Centelhas de esperança;
Mil hortos em flor…
Mil anjos de luz cantando,
Um fraterno cosmos 
d´Amor!



VENTOS SOPRANDO...



TRANSVAZAR DE ALMA...







 AMOR [Perfume] 


Viajo vertiginosamente à luz do teu ser
entre rubras águas de um oceano de dor.
Exaltam-se as vagas calmas do querer
neste infinito espaço perfumado de cor.

Percorro as ruas e as vielas da calma,
socalco montes, vales e jardins.
Planto flores no sopé da alma,
Inalo-te perfume dentro de mim.

E neste rubro mar outrora navegado,
meu ser se expande de esvaído.
Cobre-se com o xaile do seu fado:

Veste-se de um arrepio esquecido
e evapora-se nas ondas deste mar,
 mar rubro e eterno de amar!



Helena M. Martins
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MAR DE MEMÓRIA

Imersa num vasto mar de memória...
Folheio a parcas léguas de distância,
Seladas de rara e exímia fragrância,
Páginas da minha efémera história...

Ouço inocentes risos de criança,
Ecoando para lá do horizonte…
Meus sonhos emergindo na lembrança
Feita água pura, esvaída da fonte!...

Ah! quantas... quantas ondas deste mar!
Quantas as vagas eternais de amar
Meu ser banhando de saudade e calma?!...

Quão fina e profunda a artéria submersa,
Na lágrima que dentro de mim versa
O poema que escreve a Minh ‘alma!...

Helena M. Martins 
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Minh ´alma entorpece no tálamo de eternos versos sopitados em mim…




quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


ALMA VERTIDA...




  ALMA VERTIDA...


Cerro os meus olhos
Abertos de infinito…
Esponsais sangram
Bálsamos etéreos…
Óbices dissipados.
Meus sonhos…
São gotas de orvalho
Pingando…
Diamantes eternos,
Diademas em flor,
Safira esculpida,
Rasgando...
Levas da mente,
Serenamente,
Encetando...
Minha ´Alma vertida
D ´ Amor.

Helena M. Martins
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domingo, 4 de janeiro de 2015

NOS TEUS OLHOS...




NOS TEUS OLHOS...


Nos teus olhos, lá bem próximo, meu amor
Onde o Olimpo desaguou em mar imenso…
Vi luas cintilantes tombando em flor
Seus ósculos prateados d´oiro intenso...

Gotas de céu espelhando… Estrelas...
A aquietarem se em mim como quem mora,
  E um poema escreve aqui e agora
  Meus olhos ainda rasados por vê-las!...

Ó meu amor! Minh ‘alma é como um verso,
Deambula eternamente… Eternamente...
No ergo perfeito dum canto disperso!...

Lá do fundo, enfim, brotam belas rosas
Nas pétalas d´água ainda formosas
Que em meu seio florescem docemente...

Helena M. Martins
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MEU ANJO, MEU AMOR                 

         A ti, minha filha...



                     

                         MEU ANJO, MEU AMOR                 

                        A ti, minha filha...


Nestes versos que te escrevo, meu amor,
Com letras cravadas de sentimento,
És anjo na primavera em flor
Vindo do jardim - lá do firmamento...

És pétala de ternura a abrir
Nos verdes braços do meu coração;
Um astro em meu seio a emergir
Rasgo de contas em minh´oração.

Trouxeste dom raro, em ti me espanto, 
Solstício no meu rosto de inverno.
És cântico a sorrir neste pranto:

Meu poema vivo de amor eterno;
És forte raiz de árvore a crescer,
Inundada pelos céus do meu ser!...

Helena M. Martins
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SINCOPAR DE CANTO...




                 SINCOPAR DE CANTO...


No silêncio que rasga os versos em meu ser jaz um poema por escrever, sangrando um mar de palavras: um jorrar de estâncias, rasgadas. Um sincopar de canto em pranto imerge em meu mar, vagueando …

Helena M. Martins
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RUBRA ROSA



RUBRA ROSA


Rubra rosa que do alto tombastes,
Docemente. mil pétalas d´estrelas!…
Brotadas de límpidos Céus em hastes,
Pra jubilar ternos olhos ao vê-las...

Finas no sentir exalando o Ser!...
Reino de pulcros castelos em flor… 
Vivas divas nas esguias mãos do Crer…
Desabrochadas por jardins d´Amor!

Quão belas! Sublimes de fidalguia!…
Dobram os sinos em doce sintonia...
Dos cumes das igrejas em demora;

Hino ao vento que cobre o coração!...
No manto claro da bela canção,
A trova tocando... a alma que mora!…

Helena M. Martins 
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VASTA PENUMBRA...




VASTA PENUMBRA...




Ó vasta penumbra em noite escura!...
Sombra que cerra os olhos à lua calma,
Vivente de indelével amargura
Que escurece os caminhos de Minh´ alma!...

Descalçai as sombras cheias ao luar...
E devolvei o brilho ao mundo poeta 
Que triste canta o infindo amar...
Num virgem mar de dor inquieta!

Vesti meu corpo de veste de rainha
Pra pedir vosso mirar à dita minha
Que há muito este meu cerne tece...

Já que reza em mim este fadário,
Levarei comigo da cruz o calvário...
Este altar erigido de amor e prece!...







PÉROLAS DERRAMADAS...



PÉROLAS DERRAMADAS...



Pérolas iluminam-me o rosto nesta solicitude
Que me invade o peito em abraço desmedido;
 Torrentes do mar de amar o ser contido,
Fluindo em ondas de afeto, meu algar de virtude!...

Mar que despejara todo o sal em mim
Em levas de pérolas de coral derramadas;
Das conchas,  esbeltos rosários jasmim
Soltam-se às vagas de flores tocadas!...







LÁBIOS CARMIM...




LÁBIOS CARMIM...

Minha 
boca
veste-se 
de seda 
púrpura 
ao beijar
a tua,
solta 
nos teus 
lábios 
carmim…
Nossas
almas 
derramam-se
no mar 
salgado, 
eterno
e vivo
dentro 
de mim…




SOMBRAS REFLEXAS...





O meu olhar, ao espelho, vislumbra sombras em sois – de abril. Abre as portas a hortos, perfumados de aljôfar e queda-se em pérfidos silêncios – os  que derramam a alma … 

Vidas passadas adejam de júbilo por jardins - petrificados: pedaços, vivos, de efémeras histórias. Em cada reflexo do olhar, suaves brisas perfumam indelevelmente, minhas lembranças; em cada poro: uma flor, desabrochada de orvalhos. Pérolas deslizam, em caudal de afetos, pelos rios do meu corpo.

Agora, debruçada sobre uma lápide de memória, viro as folhas sequiosas e ressuscitadas palavras, abertas como pétalas de rosas, beijam-me, mui suavemente, apesar de seus espinhos...









ROSTO DE MARFIM…


Num pulcro jardim de rútilas rosas,
Sobre o tálamo de perfumes raros,
Inspiro! entre belas ditas, formosas...
Entes de olhar puro de sedas e aros…

Céus de mil primaveras sibilantes
Tombando. ternas, as brisas dementes!...
Brados de merengues e ais amantes…
Loucas bocas! ainda insanas... crentes!

Rubor vivo veste inteira a Minh ´alma,
Cerda tecida da mais fina calma, 
Cabelos presos a um laço de cetim…

Nas mãos, o veludo de doce cambraia;
Sentido justo cinge o peito, a saia 
Que adelgaça meu rosto de marfim.




LIVRO  [VIDA]



Vida espargida,
Sentindo profundo...
Pedaço de céu,
Bálsamo de alma...
Páginas que sangram,
Dilaceram-me punhais...
Alastro o que sou...
Rio calmo,
Em mar de afeto;
Afagos de dor;
Cinzas ardem...
Meu registo.
Hoje sou …
Palavra lacerada
D´Amor.


SÊ POR INTEIRO...

                                                                                                                                            ...